domingo, 8 de novembro de 2009

O Voo da Borboleta

6172borboletas Ainda pouco era uma larva dentro de seu casulo, frágil e desprotegida ao mercê do sol. Esperando que o milagre da vida acontecesse e pelo processo da metamorfose ela viesse ao mundo.
Estava um dia lindo, o sol estava digno de sua beleza, único em toda a sua extensão. Emanava um calor gostoso que aos poucos invadia todos os espaços, evaporando as pequenas gotas de orvalho que amanheceram sobre as folhas, fruto da noite passada. O jardim estava florido, era o começo da primavera. Todas as flores exalavam seu aroma: gerânios, margaridas, orquídeas entre outras, uma tentação para um olfato sensível.
Aquecendo tudo, reanimando todos os seres para um novo dia que começava, conseguiu chegar ate aquela velha arvore que se encontrava triste, com seus galhos tortos e folhas amarelas, porém, cheia de vida. Ao tocar em seu cume a grande mutação aconteceu. A membrana da crisálida rompeu, revelando ao mundo um dos seres mais lindos: uma borboleta encantadora, com suas asas grandes e coloridas. Quando abertas formavam um bonito desenho, um espetáculo de cores. Aquela borboleta era diferente das outras, único filhote de sua espécie. Com um jeito todo especial de ser mal se transformara e já ensaiava os primeiros vôos, como uma criança que esta aprendendo a andar: passos trôpegos, medo de cair e um mundo a conquistar, desejando tocar em tudo.
Bateu asas uma vez não conseguiu, mais outra e na terceira tentativa já estava a passear sobre as flores. Desvirginando pétalas e saboreando sua essência oculta, o pólen. Ao fazer isso roubou de se mesmo o direito de aprender, queimou etapas, etapas essas que um dia irão lhe fazer falta. Não aprendeu que tudo na via tem seu tempo. “Há um tempo para amar, um para esquecer e outro para odiar.”
Em sua diferença queria sempre o melhor. Era amiga, companheira das outras, mas não compartilhava dos vôos do bando, estava sempre à frente. Enquanto suas amigas contentavam-se com vôos rasteiros e folhas comuns, ela voava alto e ia buscar as flores desconhecidas por seu olfato, queria novos cheiros e sabores. Tinha ânsia de descobri e descobri-se, escondendo de se mesmo o medo que tinha de se machucar, sabia que a primavera duraria poucos dias e aquele banquete chegaria ao fim. Fez-se forte dentro de sua fraqueza, da inocência e fragilidade fez uma armadura para se proteger e mais uma vez negou o direto de aprender com os erros, ah borboleta se você soubesse que não devemos ter medo de sofrer, que os erros não permanecem apenas erros quando eles nos ensinam.
Fico te observando da janela de meu quarto, invejo a tua ousadia. Fico deprimido ao comparar os meus vinte cinco anos com seu pouco tempo de existência, tão nova e já fez coisas que eu levei tempo pra criar coragem de fazer. O meu mal foi o comodismo, o medo de experimentar e conhecer novos horizontes. Apeguei-me a uma única flor e essa mesma flor foi arrancada do vale do meu coração, sendo presenteada a uma pessoa que jamais ira dar o valor que eu dediquei àquela flor. Reconheço que fui egoísta, não fui como você. No meu jardim havia varias espécies de rosas e eu por capricho ou inocência deixei morrer de sede, sem ao menos dedicar-lhes um olhar não soube valorizar. Agora tento recuperar o tempo perdido, procuro sempre cultivar um novo jardim. Reconhecendo a beleza de todas as flores, não me dedico apenas há uma.
Vai borboleta voa mais alto, vai buscar a flor dos seus sonhos que eu fico a te esperar, não posso te prender e mesmo que fizesse isso não iria conseguir reter sua coragem. Dentro de pouco tempo já não seria mais a mesma, iria perder o colorido das asas. Você nasceu livre, para descobrir e ensinar a todos que não devemos perder tempo em nossa conquista. O tempo não vai parar, porque um coração esta trincado. Ele vai correr mais depressa para que esse coração se regenere o mais rápido possível.
Vai borboleta que o mundo te espera e eu te espero na próxima primavera.

sábado, 7 de novembro de 2009

Lençol Manchado

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Você surgiu cavalgando um lindo cavalo de pelos macios e sedosos. Vestido com uma túnica branca  que realçava seus músculos e abdome, suas pernas torneadas estavam à mostra. Uma verdadeira escultura grega.
Estendeu o braço convidando-me para um passeio. Minha mão se perdeu dentro da sua. Seguimos por um vale encantado, em um determinado momento você desceu do cavalo e pediu-me para confiar em você. Eu estava tremendo, meio assustado com o seu tamanho e calmamente você foi me mostrando que não havia motivo para pânico.
Suas mãos começaram um passeio por minhas costas massageando-me, ao mesmo tempo sussurrava coisas em meu ouvido que eu não conseguia distinguir, pelo jeito eram palavras doces, pois conseguiu me acalmar. Pude então olhá-lo nos olhos. Eles eram tão verdadeiros e brilhantes, inspiravam-me confiança. Nesse exato momento seu sexo apresentava uma saliência protuberante sob a túnica, provocando em mim ondas de desejos. Olhei tão fixamente que seu membro foi tomando proporções imensas que levantou a pequena veste que o cobria. Fiquei extasiado com o que via. Era de uma beleza extraordinária, exalava um aroma agradável, tinha uma pele macia e rosada como bumbum de neném. Não resisti e comecei a massageá-lo, de súbito dei uma lambida a qual você ficou todo arrepiado. Parecia que uma orquestra nos embalava com sua música. Comecei um vai e vem ritmado dentro de minha boca, você estava relaxado e fazia uma expressão feliz.
Encantados pelo momento nossos corpos adquiriram linguagem própria e nos dominaram. Eu te queria e você também desejava o mesmo. Virei de costas e você se ajoelhou até mim, fazendo reverencias. Mordeu e deu tapinhas em minha bunda. A libido estava eufórica. Me rendi ao toque de seus lábios em meu quadril, parecia uma criança encantada com um brinquedo novo e queria descobrir todas as funções que o qual poderia lhe oferecer. Já não mordia mais e nem dava tapinhas, agora brincava com os dedos. Só senti quando você me penetrou com o anelar em um gostoso vai e vem quando percebeu que eu estava totalmente relaxado tirou e me abraçou gostosamente como se quisesse me proteger provocando assim o roçar de seu falo em mim. Ficou ali só se insinuando. Um verdadeiro cavalheiro esperando permissão para entrar, não forçou a situação e nem se aproveitou da força, tudo aconteceu naturalmente. O botão desabrochou em rosa para aquele beija-flor que anseava por seu néctar. De repente você já estava dentro de mim conhecendo toda a minha intimidade. Desejei ficar assim para sempre. Havia no ar um toque de cumplicidade e harmonia. Não houve domínio. Tudo ali fora fruto da conquista e entrega.
Você parecia não acreditar no momento mesmo quando tudo já havia se consumado. Permaneceu dentro de mim em um total estado de êxtase. Talvez tivesse medo de eu fugir ou já tivesse a certeza que tudo ali não passava de um sonho, foi tudo tão maravilhoso que adormeci em seus braços.
Acordei com o sol alto talvez já fosse meio-dia, estava um tanto quanto desapontado por comprovar que tudo não passava de um sonho que talvez eu nunca conseguirei realizar, consolando-me apenas com um lençol manchado....