E
de repente, você percebe que não é mais a mesma pessoa. Você não trocou de
corpo, e muito menos mudou de nome.
Exceto
que o tempo foi passando. Os lugares que antes você frequentava, já não lhe
agradam. Aqueles colegas que vez por outra lhe faziam companhia e tomavam
alguns copos de bebidas com você hoje eles estão cuidando de suas vidas com
suas novas diversões e a vida segue. Você começa a sentir-se estranho e se
pergunta “Qual parte do filme eu perdi?”.
Não
adianta tentar se iludir, embora nós nos mantenhamos resilientes a mudança à
própria vida se encarrega de fazer adaptações em nosso pequeno universo. De
forma sistêmica e mecânica começa a selecionar momentos, personagens e decide o
que deve permanecer e o que não deve resistir. A vida segue e a você só resta
um enorme álbum de fotografias gastas e amareladas pelo tempo. Quando muito um
olá ou um sorriso amarelo no canto do lábio, para tentar disfarçar aquele
momento sem graça e o silêncio que se instala entre vocês quando se encontram
por um acaso.
E
a vida segue... Você lembra a última conversa em que você riu muito na
companhia daquela pessoa, que costumava encher seus momentos mais tristes de
alegria? Você sente que as circunstâncias estão mudando quando suas mensagens
começam a ficar sem respostas, ou quando suas atualizações no face book não são
curtidas, comentadas e/ou compartilhadas. Suas vitórias não são comemoradas e
você já não recebe mais convites nem mesmo para um café. E o que poderia ser
pior? Começam a haver segredinhos, mensagens subliminares transcorrem sob o seu
olhar e você tenta disfarçar que não estar percebendo e/ou entendendo o que
esta acontecendo. É constrangedor, mas é bom saber você estar sobrando.
Com
tantas evidências só nos resta então se conformar. A vida segue...
Quem
sabe em um dia, nessas muitas voltas que a vida dar vocês ainda possam rir e
comentar daquelas situações hoje consideradas ridículas para todos. Porque o
presente vivido já é sem graça e certamente o futuro não será diferente, novas
companhias e novas aventuras virão pela a frente. Pois a vida segue...
E
porque não encerrar citado John Green e seu livro Will & Will, haja vista
que esse aforisma resume todo o texto.
“Quando
as coisas se quebram, não é o ato de quebrar em si que impede que elas se
refaçam. É porque um pedacinho se perde – as duas bordas que restam não se
encaixam, mesmo que queiram. A forma inteira mudou.” [...] pág. 201
Tatá Arrasa