domingo, 17 de abril de 2016

Perguntas

Aningas / Horizonte, 19/03/16

 A vida a brincar com seus sentimentos.
 Roubando seus encantamentos
Procurando respostas
Para as perguntas Presas em seus pensamentos.




 Escreve os dias na agenda
Se cansa e se desgasta
 Com tantas perguntas que
 Escreveu com caneta vermelha
Na agenda de capa preta

Sua melhor companhia?
A solidao
Espera por alguem?
Talvez
Quando fez amor pela ultima vez?
Nao lembra
Ja amou?
Varias vezes
Ja teve o amor de alguem?
Quem sabe
Ainda Sente Desejo?

O corpo queima no banho
Suas maos massageiam seu corpo
Se realiza na imaginação
 Se entrega e se mostra Para o espelho.
Espelho que reflete Sua solidao...

Quando se cansa
 Deita na cama
 Repete as mesma perguntas
E as repostas nao alcança
So não acaba a esperança.


domingo, 10 de abril de 2016

Termo de Compromisso 2016

Aningas/Horizonte – CE,
10/04/16 as 17:00
É difícil encontrar alguém que não faça uma lista de resoluções no ultimo dia do ano ou no primeiro dia do Ano Novo. Uma espécie de roteiro, onde a pessoa estabelece metas para realizar durante o ano que se inicia.
Comigo não é diferente, tenho esse hábito. Embora nos outros anos eu não tenha conquistado nem um quarto do que desejei, talvez porque faltou foco ou esses desejos não estavam enraizados no meu coração. Mas, não quero justificar minhas falhas. Até porque já é passado e não interessa mais.
Esse ano fiz um termo de compromisso, para que eu não perca o foco. Até li em algum lugar que quando assumimos um compromisso publicamente, as possibilidades de esses objetivos serem conquistados são bem maiores. Isso infere também em outra teoria a das Afirmações Positivas, segundo os místicos e alguns pensadores tudo o que pensamos ou afirmamos tem reflexos em nossas vidas.
Consciente dessas informações compartilho agora meu termo de compromissos e farei uma analise dos objetivos alcançados até o presente momento.

Termo de Compromisso 2016
Tianguá, 01/01/16
Em 2016 eu vou...
·       Praticar a paciência e a tolerância;
·       Julgar menos;
·       Inserir-me em um trabalho voluntário;
·       Trabalhar em um cruzeiro marítimo;
·       Elevar meu nível de Inglês para 70% de fluência; (acredito que estou entre 35% e 40%)
·       Aprender francês a partir de março;
·       Ler entre Janeiro e Fevereiro “O Poder Do Habito E Quem Pensa Enriquece”; (Esses livros eu não li ainda, mas até agora já foram 16 livros degustados)
·       Viajar mais;
·       Conquistar um relacionamento estável;
·       Desenvolver o hábito de praticar uma atividade física; (Vez por outra: caminho e ando de bike, mas ainda não virou hábito)
·       Encontrar um hobby e transforma-lo em uma fonte de renda extra;
·       Fazer uma pós graduação em RH;
·       Estar sempre em contato com os amigos, mesmo que por meio das redes sociais; (Mando cartas, mensagens no whats e estou sempre agradecendo a eles.)
·       Desenvolver mais a minha espiritualidade;
·       Continuar a fazer o exercício “O Pote da Felicidade”; (Não é um pote, mas estou escrevendo em um caderno diariamente três coisas que me fizeram feliz durante o dia anterior)
·       Realizar o desafio das 52 semanas;
·       Criar um novo blog; (O blog virou um site diariodeumcancer.com e o mesmo estar tendo um bom fluxo de acesso.)
·       Reativar minha conta da Liberdade; (O dinheiro do desafio das 52 semanas, eu deposito nesta conta).
·       Elaborar um seminário de finanças pessoais;
·       Voltar a escrever no blog: Intimo & Pessoal; (Escrevo semanalmente no blog e tenho produzido bastante, obrigado meu Deus.)
·       Ana Carolina cantar a música que eu fiz para ela. (Usando a teoria da conexão com 6 pessoas, um amigo conseguiu o contato da produção dela. Liguei mas fui informado que ela não estar recebendo composições esse ano.)
Já estamos no quarto mês do ano e acredito que estou com um saldo positivo. Ao menos alguns dos objetivos almejados já foram alcançados e pretendo me esforçar para realizar os que ainda estão faltando. Não por obrigação, mas porque acredito que realizar essas ações me tornarão uma pessoa melhor.

Como é um compromisso publico e se alguém futuramente se interessar em saber quais foram realizados é só perguntar e eu terei o prazer em responder.

domingo, 3 de abril de 2016

A Perda do EU (Para Sempre Alice - Resenha)

Aningas / Horizonte, 03/04/16 as 15:30 pm 

E se um dia tudo que você é fosse tirado de você? É com essa pergunta que começo a falar de um livro que se tornou o meu favorito, entre os dezesseis que já li esse ano.
“Para sempre Alice” romance de Lisa Genova, Autora e Neurocientista escreveu esse titulo em 2009, vale lembrar que é ficção. Somos conduzidos a uma viagem por dentro dos sintomas do Alzheimer. Genova é mais cientista do que autora e em algumas partes do livro utiliza termos técnicos, porém os personagens são minuciosamente desenhados e os diálogos ricos em detalhes que explicam esses termos.
Antes de falar sobre o livro quero dar um aviso: “Pessoas de mentes subjetivas ou com tendências hipocondríacas não devem ler essa obra, para o bem de sua sanidade mental”. Durante a leitura tive medo de estar sendo acometido por esse mal, quem não já abriu a geladeira e esqueceu o que estava procurando? Quem não já voltou do caminho para conferir se fechou a casa? Quem não já se pegou perguntando: Será que coloquei perfume ou será que escovei os dentes? Ou já esqueceu uma palavra no meio de uma frase? São circunstâncias isoladas, mas no caso da personagem principal o que a incomodou foi à continuidade desses pequenos esquecimentos.
 Prometo que vou tentar não dar espoiler! A epigrafe não poderia ser mais apropriado (quando não há mais certezas possíveis, só o amor sabe o que é verdade). O romance narra à história da Dra. Professora e Palestrante Alice Howland, profissional conceituada na sua área de estudo que inclusive publicou até livro e esse mesmo foi utilizado por muitas universidades. No auge da carreira e na melhor fase de sua vida pessoal, a personagem aos cinquenta anos é diagnosticada com Alzheimer precoce, uma doença rara que é transmitida geneticamente, drasticamente as chances de seus filhos também serem afetados é de cem por cento. Alice sente-se culpada e perde perdão aos filhos por essa herança ruim.
O livro é Marcado por uma carga dramática muito forte, não leia sem uma caixa de lenço por perto. Um dos diálogos que mais me marcaram é quando a personagem fala que: “eu preferia ter câncer ao invés de Alzheimer”. Para ela os portadores de câncer tem uma vida ativa e podem influenciar outras pessoas, enquanto os doentes de Alzheimer são considerados dementes e tem que se acostumar a perder. Cada dia, cada hora, cada minuto é marcado por uma perda, até que a pessoa é reduzida ao um vegetal sem vontades próprias, incapaz até de realizar necessidades fisiológicas.
Outro ponto importante, à autora alerta para o cuidado e o trato com pessoas em estado terminal. O amor e a atenção da família são de suma importância para qualquer tratamento. Os doentes não desejam serem tratados como coitados é necessário que o mínimo de independência seja mantido para que eles se sintam considerados dignamente humanos.
A história de Howland é marcada por um dilema: “Quem eu era, quem eu sou e o que eu não vou ser”. Aqui eu chamo a atenção para o descaso familiar. Os membros da família se perdem em meio à nova realidade e se esquecem de perguntar quais os desejos de Alice e chegam até negligenciar seu direito de opinar, quando John Howland é chamado para um trabalho em outro país trava-se um duelo entre eles. Em uma das suas falas o marido diz: “Que diferença faz. Ela estar aqui ou lá? Ela nem mesmo sabe quem é”...
O livro aborda mais uma lição de vida impactante. Quando Lydia a filha caçula abre mão de seus sonhos e sua vida para vim cuidar da mãe, mesmo ambas não tendo uma relação amistosa, diga-se de passagem. Correndo o risco de não ser mais reconhecida pela mãe à filha acredita que vale a pena pagar esse preço.
Como sempre acontece, o livro virou filme. Aconselho a ler antes de assistir. O livro é recheado de nuances e momentos que não caberiam na adaptação para o cinema. O melhor dessa versão é a forma como Julianne Moore interpreta Alice, seu Oscar foi merecido.
Acredito que até mesmo aqueles mais secos e frios, em algum momento durante a leitura do livro irão se emocionar. Genova está de parabéns por ter narrado sensivelmente o percurso do mal de Alzheimer e a perda do EU.
Boa leitura a todos.
Obs.: No site lelivros.website é possível baixar esse titulo entre outros;



  



sexta-feira, 25 de março de 2016

O sol nos seus olhos

Poema inspirado em meu pai José Martins (Zezim) e sua luta contra o câncer.

Você poderá assistir ao clipe da música  no meu canal. O sol no seus olhos by @tataarrasa e @raquelmartins

O sol nos seus olhos
Na luz da manhã
os sonhos se vão
e virão ilusão,
nossa caminhada pela rua de pedra e casa singela
No pé da cerca vejo uma flor amarela 
sempre bela e ninguém quer ela.

O sol nos seus olhos
O brilho no seu cabelo prateado,
 Seus olhos estão acizentado
Seu passo lento
O tempo correndo
 O sol nos seus olhos
O sol, o sol, o sol

O sol ardendo na pele
 Pele sensível castigada pelo sol
A fragilidade aparente
Em um homem que já foi valente
E hoje tão frágil e tão carente.

Zezim porque tem que ser assim
a vida ter um fim?
Não vá ainda
pegue em minha mão
 me conte uma história linda
só me abrace e fique até o fim.
Não vá, não vá, não vá ainda...

Eu já fui sua criança
e você cuidou de mim,
hoje você é minha criança
e eu cuido de você.

Zezim porque tem que ser assim
a vida ter um fim?
Não vá ainda
pegue em minha mão
e me conte uma história linda
só me abrace e fique até o fim.

Não vá, não vá, não vá ainda...
Tatá Arrasa

O sol nos seus olhos by @tataarrasa & @raquelmartins






domingo, 20 de março de 2016

A Próxima Dança

Aningas, 20/03/16 as 04:30 pm
Era uma reunião simples de família, porem a alegria era presença constante naquela casa. Qualquer motivo era um pretexto para uma festa com direitos a muitos comes e bebes e momentos de afeto.
A festa havia começado há horas, os álbuns de família já tinham sido folheados todos. Cada um dos membros da família tinha compartilhado um momento de felicidade que já vivera na companhia um do outro. Isso significava muito riso, algazarra o que não era novidade em se tratando de uma grande família. Quando do nada, se fez silencio e todos se depararam com a presença de uma estranha senhora.
Ela adentrou casa adentro sem ser convidada, não bateu na porta e muito menos palmas. É uma daquelas visitas indesejadas que vai logo se instalando. Sua presença deixou o ar pesado e o ambiente sem graça, à dona da casa não aguentou tamanha audácia e retirou-se. E ela continuou na casa, oh visita inconveniente. Por mais que os donos da casa se mostrem cortês e finjam não ligar para os seus aborrecimentos, ela se impõe e deseja ser o centro das atenções. De tanto causar aborrecimentos, o primogênito não aguentou mais e deu o braço a torcer, também foi embora. Como dizem “os incomodados que se retirem”.
A vontade dela é desposar o dono da casa. Convidou-o para a próxima dança.  Os quais dançam em um ritmo não ensaiado. Ele tenta escapar de seu abraço, se esgueira, tenta se afastar, mas ela estar coladinha nele. Em um corpo a corpo desengonçado, ela tenta conduzi-lo pelo salão. Ele assume o controle e a conduz, seduzindo-a em rodopios e viravoltas, consegue se desvencilhar dela. Ela o alcança pelo braço e torna o abraça-lo com força, os rostos emparelhados, a respiração em uníssono, os olhos se encontram, os lábios quase colados ensaiam um beijo e quando ela vai finalizar o seu desejo. Ele vira o rosto, a empurra e esbraveja: “Fora da minha casa D. Morte, você não é bem vinda nessa casa”.
Ela se recolhe a sua insignificância, em um canto da casa chora e lamenta o insucesso do seu plano. Contundo não se afasta da família, fica a espreita e ronda a residência a espera de um novo momento para executar a sua árdua tarefa.
Ela vai aguardar um bom tempo ainda, até que o Dono de todas as coisas determine que o último suspiro de vida daquele que ela tanto namora seja consumado. Enquanto isso não acontece, faremos novas festas e novas reuniões familiares, porque o amor e a fé são mais fortes que as vontades do inimigo.
























domingo, 13 de março de 2016

Para Meu Irmão Antônio (Marram)

Aningas / Horizonte -  11/03/16
Meu querido irmão Antônio (meu Marram)
Falar de você não é tão simples quanto parece. Você foi uma pessoa singular, sem grandes feitos, entretanto sua convivência entre nós deixou-nos sábios aprendizados.
Alguns acreditam que para deixarem sua marca é preciso aparecer ou realizar algo como: escrever um livro, participar de um fato histórico ou se tornar famoso. Coisas que você não tinha nem noção, mas sabia claramente o que queria bem com também o que não queria. Você simplesmente “foi”, ou seja, viveu sem muitas inquietações ou angustias e apreciava o básico. Sempre que tomar café lembrar-me-ei de você.
Tinha um jeito peculiar de lembrar-se das pessoas, podia passar o tempo que passasse. Você reconhecia a voz, a cordialidade e o encanto eram o mesmo do primeiro encontro. Sorriso na voz e aperto de mão era obrigatório, gestos tão simples que podem transformar um dia de alguém e acabam passando despercebidos por nós.
O ser humano é conhecido por sua habilidade de se descontentar, estar sempre trocando as coisas pelo que julga ser melhor ou mais atual. Troca até de amores... Mas, você em sua simplicidade só desejava um par de sapatos e ficar sentado na calçada. Perto de você me sentia criança outra vez e juntos cantávamos: “lagarta pintada quem foi que pintou?...” riamos bastante e nada mais importava. Se os adultos não matassem suas crianças interiores e não quisessem achar as respostas antes de fazerem as perguntas, o mundo não seria tão sem graça.
Agora você não estar mais aqui e eu vou precisar brincar com outras pessoas que se encantem com a inutilidade das coisas e se permitam serem elas mesmo, sem máscaras ou se incomodem com o pensamento dos outros.
Infelizmente seu trem chegou e não tem como evitar essa viagem, na plataforma de embarque eu fico triste. Mas te deixo ir, sem remorsos e nem arrependimentos. Vá meu irmão, divirta-se e ensine outras pessoas.
Um beijo do irmão que te amou bastante.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Ser mulher é...


Ser mulher é
logo cedo
estar de pé
Mesmo quando não quer.

Se mulher é
Não fingir
É sentir e sorrir
Sem pressentir.

Ser mulher é
Não só dar prazer
É amar
A quem merecer.

Ser mulher é
Se alegrar
E chorar
Sem demonstrar

Ser mulher é
No inverno aquecer
Na primavera florescer

Ser mulher é
No verão semear
E no outono descansar

Ser mulher é
Ser uma só
E se dividir em mil
Sem deixar de ser infantil

Ser mulher é
Apenas ser mulher
E se orgulhar de ser mulher
Parabéns mulher.





domingo, 28 de fevereiro de 2016

De volta

Horizonte, 28/02/16 as 18:00 h




Bastante tempo se passou após o meu último post. Nesse intervalo muitas coisas aconteceram, acontecimentos bons e ruins e os péssimos. 
Em setembro de 2014 perdi minha mãe e foi como se metade de mim tivesse sido arrancada de meu corpo. Fiquei desorientado e sem saber por onde continuar minha vida. Então decidir voltar a estaca zero, vendi minhas coisas de casa, entreguei apartamento e fui embora para São Paulo. Não foi tanto como eu planejei mais valeu a pena, morei ainda por lá ainda 07 meses.
Por medo de perder meu Pai voltei, larguei o pouco que havia conquistado e vim embora para cuidar dele. Em nenhum momento me arrependo de ter feito essa escolha e agradeço a Deus todos os dias por essa oportunidade.
Onde estamos morando é praticamente uma aldeia, pouco contato com pessoas e o meu elo com o mundo é a internet. É um processo de adaptação difícil, mas aos poucos vou me acostumando com essa nova realidade. Cuidar do meu Pai que luta bravamente contra um Câncer em estado de metástase é bastante inspirador e consequentemente me torno uma pessoa melhor e aprecio mais ainda a vida.
Meu tempo é dividido entre cuidar dele, ajudar nas tarefas domésticas, dar atenção aos bichos que me adotaram.  Chamo docemente minha família de 04 patas: um gato chamado Bottom, uma cadela que chamo de Ana e é mãe da Zelda, uma gatinha que encontrei que chamo de Toia e um cachorro que é um de vizinho e se chama Randog. O restante de tempo que sobra dedico as minhas leituras já foram 06 livros nesses dois meses, estudo inglês de forma autodidata e ainda escrevo no blog que fiz para meu pai: O diário de um câncer, um dia de cada vez.

Estou amando praticar minha habilidade de escrever, não sei por que ao invés de estudar História não estudei Letras. Mas, enfim sem muitos questionamentos e reflexões prometo estar sempre atualizando esse blog. Esse é um dos meus compromissos públicos para 2016, até o próximo post.