sábado, 5 de dezembro de 2009

CORRER ATRÁS DE BORBOLETAS


"Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa,
você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você,
definitivamente, não é o amor da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.


O segredo é não correr atrás das borboletas...é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você "

(Mário Quintana)

A PRIMEIRA CARTA



 Groaíras, 16 de outubro de 2006.
Às 19h37min
Da noite em que te esperei e vi:
O dia amanhecer, o sol chegar de mansinho, a noite se arrastar, a madrugada derramar o silencio nos ponteiros do relógio que não param de correr de uma forma lenta e enfadonha, o frio que corria pela espinha, o desejo de estar contigo, a sensação de abandono, a dor da espera, o cansaço, a melancolia e as lembranças de tudo que um dia vivemos.
Pode ter sido a noite mais longa ou a última em que te espero. Das muitas noites em que te esperei, essa doeu mais. Pois, havia sido marcada, protelada, combinada havia o peso do compromisso. Como daquela vez que te esperei no final da festa e você se juntou a outro alguém, deixando-me com cara de bobo na frente do clube, ali fenecia um pouco de mim. Desde o inicio da noite meu corpo se preparara para receber o seu toque, meus ouvidos ansiavam pelo som de sua voz, meu espírito estava relaxado e por varias vezes cheguei a sentir sua mão a me acariciar. Prefiro acreditar que tudo foi um sonho que não teve um final feliz, apenas a noite não terminou como eu havia planejado e a partir daquele momento eu comecei a ter certeza de muita coisa em relação a nós dois.
Seu toque já não é mais o mesmo, nosso momento intimo já é mais como das primeiras vezes, chega a me machucar e até me deixa dolorido por vários dias. Você já não relaxa e nem se entrega por completo, só se preocupa em consumar o ato, suas palavras chegam a ser grosseiras, suas ações deixam bem claro o que você pensa, e suas desculpas me fazem sentir-se um tolo.
Ainda ressoam em meus ouvidos as palavras que você usou para responder, quando eu te perguntei: (O QUE EU SIGNFICO PARA VOCE?) acho que só queria me enganar, quando na verdade eu já sabia o que você iria responder. Pelo menos em um instante você foi sincero e eu pude enfim compreender que AS PESSOAS SO FAZEM CONOSCO, O QUE PERMITIMOS QUE ELAS FAÇAM, porém chega um momento em que não dar mais para resistir, as forças se esvaem e a dor chega ao limite do ser, exaurindo todo e qualquer sentimento ainda encantado.
Estou cansado, fragilizado, tentando me recompor. Sem saber o porquê de você sempre me tratar mal, fazer-me sentir-se indiferente. Quando tudo o que faço é para te ver bem e feliz. Não estar sendo justo, um doar-se mais e pouco receber em troca. Estou sempre a sua disposição para o que você quiser, mas, você nunca estar a minha e quando eu cobro sou chamado de criança.  Criança essa que você não leva a sério e nem considera, que uma hora vai cansar de te esperar e será tarde demais para recuperar o tempo perdido.
Não quero que você me veja como um estorvo em sua vida, queria que você me visse como: um momento de alegria e satisfação, não como uma mera responsabilidade. Se for, para você vim mim ver? Que venha, mas, porque sentiu vontade de vim e não porque eu pedi ou se sentiu na obrigação.
O amor se torna mais forte com a ausência e cresce no silencio de um olhar.
Estou muito magoado com você, um beijo ainda....